serás eterna como o tempo
e reflorescerá a cada carnaval

HISTÓRIA

Final da década de 60, Vila Brasilândia, São Paulo, Brasil.

Um grupo formado por quatro amigos agitava o bairro com uma animada batucada durante as partidas do time de várzea da região – o Glorioso da Brasilândia. Empolgados com a aceitação do público que crescia a cada jogo, José Luciano Tomás da Silva, João Roque “Cajé”, José Benedito da Silva (Zelão) e Eduardo Basílio resolveram então fundar uma escola de samba.

Foi assim que em 18 de outubro de 1971 nascia a Sociedade Rosas de Ouro, que viria a se tornar uma das maiores escolas de samba do Carnaval de São Paulo. Mas nem tudo sempre foi um “mar de rosas” – de origem humilde, a mais nova escola precisou contar com a ajuda financeira dos comerciantes da região para sair do papel e ganhar as ruas da cidade em seus primeiros desfiles.

A inspiração para o nome da escola recém fundada veio de longe, mas precisamente do Vaticano, onde os papas oferecem no quarto domingo da quaresma, o buquê de Rosas de Ouro como símbolo de reverência, estima e afeição a personalidades ilustres, igrejas notáveis, governos e cidades que tenham demonstrado seu espírito de lealdade para com a Santa Sé.

Após a assinatura da Lei Áurea, em 1889, sua alteza imperial – Princesa Isabel foi condecorada por iniciativa do Papa Leão XIII, que a entregou uma “Rosa de Ouro” em um vaso de forma elegante, ricamente decorado, abençoado pelo próprio pontífice.

De início, as cores das escolas eram apenas o rosa e o branco. No entanto, durante os preparativos para o carnaval de 1972, a irmã do Sr. Luciano – um dos fundadores da Rosas de Ouro – foi comprar tecidos cor de rosa e encontrou uma grande liquidação de tecidos na cor azul turquesa. Como a situação financeira não era das melhores, ela não pensou duas vezes e arrematou todo estoque, ficando o conjunto da escola com predominância do azul para o desfile daquele ano, além do rosa, claro. A partir de então, a cor azul passou a fazer parte da das cores oficiais da Roseira.

GRANDE

uma escola que nasceu para ser

A ascensão da Rosas de Ouro foi meteórica. Desfilou pela primeira vez em 1973, no segundo grupo, e ficou em quarto lugar. No ano seguinte, sagrou-se vencedora e subiu para o grupo principal. Em sua primeira aparição entre as grandes escolas de samba ficou com o vice-campeonato. Os sambas nos primeiros anos de existência foram feitos pelo grande compositor Zeca da Casa Verde.

Em 1983, veio a alegria maior para os componentes da Roseira, o campeonato com o enredo Nostalgia, último samba que Zeca da Casa Verde fez para a Escola, e que era uma volta a São Paulo do começo do século XX.

De lá para cá, já foram 7 títulos do grupo especial, além de inúmeros desfiles inesquecíveis que entraram para história do carnaval de São Paulo mesmo não rendendo o campeonato. A Rosas de Ouro é famosa pelo o luxo e requinte de suas alegorias e pelos seus sambas memoráveis, o que rapidamente fez da escola uma das mais famosas e tradicionais do carnaval paulistano. Em mais de 40 anos desfilando no Grupo Especial, dificilmente a escola ficou abaixo da sexta colocação.

A comunidade da escola também merece destaque pelo trabalho realizada ao longo o ano inteiro em ensaios, eventos e reuniões. Desde que saiu do seu bairro de origem – Brasilândia – a Rosas de Ouro desenvolve atividades com crianças e idosos. Em 1995, foi criado o “Projeto Samba Se Aprende na Escola”, e devido à situação precária das famílias das crianças e dos adolescentes tornou-se necessária a sua expansão para um programa social mais abrangente e extensivo às famílias da região.

Sem perder a essência de escola de samba, ao longo dos anos a Rosas de Ouro profissionalizou seu segmento e passou a oferecer para grandes empresas, festas e eventos o show Rosas de Ouro – apresentado em todo território nacional e outros países.

Toda a equipe da Escola é comprometida com as atividades, desde o lançamento do enredo até o desfile oficial. Não há período sazonal. O trabalho é intenso durante o ano inteiro.

São Paulo é um dos temas preferidos dos enredos da Rosas de Ouro. Já foram apresentados na avenida temas como a célebre Faculdade de Direito do Largo São Francisco, enredo do bicampeonato em 1984, a Avenida São João, os vários povos de toda parte do Brasil e do mundo que fizeram da cidade seu novo lar, o final de semana típico de um paulistano, a evolução da cidade através dos tempos, a gastronomia de São Paulo, personagens como os Demônios da Garoa e Paulo Machado de Carvalho e até uma visão futurística de como seria a cidade cem anos depois.